« Que se erga parede direita de pedra e cal » é uma postura urbana que vigora em Portugal na transição da Idade Média para a Época Moderna. Como sucedia noutros reinos europeus, a medida pretendia pôr simultaneamente fim às casas construídas em madeira e aos sucessivos avanços das fachadas sobre a rua, característica construtiva diretamente decorrente do uso daquele material. Se a insistência com que é promulgada pelo poder central e autoridades locais, significa, por um lado, a dificuldade em erradicar este tipo específico de construção, mais económica e rápida de erguer mas também mais frágil e modesta, não significa, por outro, a sua absoluta exclusividade. Com efeito, a cidade medieval foi também feita de casas de pedra. A proporção entre uma e outra, as razões da escolha e o seu significado, a par do balanço entre norma e prática, são alguns dos tópicos que se pretendem abordar na comunicação ao colóquio intitulado «Pierre et dynamiques urbaines dans l’Europe médiévale ».